Elaboração dos relatórios finais marca novos passos do Projeto de Pesquisa no Quilombo de Igarapé Preto

Entrega de projetos arquitetônicos, saborear uma rica gastronomia nas trilhas do quilombo, presenciar a apresentação cultural do samba do cassete com um desfile de moda e uma ampla participação social da comunidade quilombola. Estes foram alguns dos suportes centrais que marcaram, com muita alegria, leveza e emoção, nos dias 10 e 11 de dezembro, na sede da Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombo de Igarapé Preto (Arqib), o encerramento do Projeto de Pesquisa e Extensão: Inovação Territorial para Jovens e Adultos da Comunidade Remanescentes do Quilombo de Igarapé Preto, em Oeiras do Pará. A comunidade está localizada na Região do Baixo Tocantins sendo cortada pela Rodovia BR – 422 – Transcametá – e distante 344 quilômetros de Belém pela PA-151. Participaram do encerramento a Prefeita de Oeiras do Pará, Gilma Drago Ribeiro, a vereadora Roberta Araújo, a Presidente da Arqib, Marinilva Arnaud Martins, a diretora da Escola de Ensino Médio e Fundamental Tia Mariazinha, Marlice Menezes, a diretora Escola Zumbi dos Palmares, Iracilda Siqueira, e o coordenador de Cultura de Igarapé Preto, Diogo Baia Machado, além da presença do engenheiro e pesquisador do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará (ITEC-UFPA) e coordenador do Projeto, Renato das Neves, e das lideranças comunitárias locais. “Agora vamos elaborar os relatórios do projeto”, frisou Renato. Durante o evento foram entregues para os gestores municipais e para as lideranças do quilombo os projetos arquitetônicos para a construção de uma biblioteca quilombola, uma casa de cultura e um barracão comunitário. “Vamos trabalhar para viabilizar os recursos para financiar estas estruturas estratégicas para a comunidade de Igarapé Preto. Um dos grandes desafios já foi superado, pois a CRF-UFPA elaborou os estudos e temos os projetos em mãos”, disse a prefeita de Oeiras do Pará, Gilma Drago Ribeiro.  As peças urbanísticas foram projetadas  por Camila Silva Pina, Flávio Moura,  Tales Rocha, Nívia Lisboa, Albert Santos e Lucas Batista, sob a coordenação de Nívea Albuquerque, professora, engenheira e  tutora do  Programa de Educação Tutorial de Engenharia Civil da Universidade Federal do Pará (PET Civil UFPA). A culminância dos trabalhos na Feira envolveu a Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA), a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Estado do Pará (Sectet) e as lideranças do quilombo.  “Tudo começou em 2019 com a discussão sobre o famoso biscoito de castanha da comunidade como um produto para gerar emprego e renda no território, além de elaborar um projeto de pesquisa para construir uma metodologia participativa financiada com recursos públicos pagos pela sociedade e disponibilizados pelo Governo do Estado do Pará, via Sectet-Pa, no valor de R$ 626.630,62”, assevera o coordenador do Projeto. Os recursos foram administrados pela Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp) e agora a CRF-UFPA começa a elaboração dos relatórios de prestação de contas envolvendo as atividades desenvolvidas pelas equipes interdisciplinares dos Núcleos de lnclusão produtiva e desenvolvimento local, lnfraestrutura e qualidade de vida e Tecnologia e lnformação. “Um olhar de geração de emprego, renda, inovação territorial e resgate da ancestralidade afrodescendente”, assinala o pesquisador. Respeitando os saberes locais foi consolidado e entregue para a comunidade, também, um perfil social, fundiário, cultural, ambiental, gastronômico e turístico do território. O projeto promoveu o desenvolvimento humano e social equitativo do quilombo, por meio das famílias que desenvolvem as suas práticas culturais agroalimentares e passa a integrar uma rede de empreendedores interessados em escoar a produção agroalimentar como um modelo de negócio inovador de base comunitária. No final da Feira de Encerramento do Projeto ocorreu a Exposição Igarapé dos Afetos e um desfile de quatro coleções de moda, além da realização de um foto-varal retratando os múltiplos momentos participativos da comunidade. “A fotografia é um instrumento documental do processo metodológico, inclusivo e sustentável desenvolvido no território. O Quilombo de Igarapé Preto foi inovador neste contexto”, enfatiza Renato. Para ele, a experiência metodológica é muito rica e pode ser aplicada em outros quilombos no Brasil. “Compartilhar e trazer novos saberes para o mundo universitário amazônico contribui para os enfrentamentos contra as desigualdades raciais, econômicas, sociais, fundiárias e habitacionais na sociedade de classes. É fundamental fortalecer as lutas pela garantia titulação das terras para os remanescentes das comunidades quilombolas no Brasil, que está consagrada na Constituição de 88”, enfatiza. O Projeto de Pesquisa e Extensão resgata a ancestralidade africana com a participação social do quilombo e solidifica uma rede de empreendedores interessados em escoar a produção local como um modelo de negócio inovador de base comunitária. “As práticas e os saberes tradicionais inspiram, ressignificam e potencializam nossas formas de existir e resistir. A feira foi uma explosão de cores, sabores, cheiros, sentimentos e a construção de uma metodologia inovadora para trabalhar nos quilombos brasileiros”, escreveu o coordenador em carta de agradecimento pela participação de todos no projeto. Texto: Kid Reis – Ascom CRF-UFPA Fotos: Renato das Neves, Nego San, Tina Rodrigues e Kid Reis.

UFPA e SECTET apresentam projetos estruturantes para o Quilombo de Igarapé Preto, no Pará.

A Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA), a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Governo do Estado do Pará (Secet-Pa) e a Comunidade Quilombola de Igarapé Preto realizam nos próximos dias 10 e 11 de novembro, na sede da Associação dos Remanescentes de Quilombo de Igarapé Preto à Baixinha (Arqib), em Oeiras do Pará, a Feira de Encerramento do Projeto de Pesquisa e Extensão: Inovação Territorial para Jovens e Adultos da Comunidade Remanescentes do Quilombo. A comunidade está localizada na Região do Baixo Tocantins, na Rodovia BR-422, Transcametá. Renato das Neves, engenheiro e pesquisador do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará (ITEC-UFPA) e coordenador do projeto, informa que o Projeto promoveu o desenvolvimento humano e social equitativo da comunidade quilombola, por meio das famílias que realizam as suas práticas culturais agroalimentares e têm vocação para integrar uma rede de empreendedores interessados em escoar a produção como um modelo de negócio inovador de base comunitária. “Está sendo finalizada uma experiência metodológica muito rica e inclusiva para a UFPA”, avalia. Dentro da programação de encerramento, entre 10 e 11 de novembro, haverá atividades envolvendo a inauguração do Portal de entrada da comunidade quilombola e as instalações das placas horizontais de sinalizações para orientar o deslocamento pelas ruas históricas e as áreas de lazer do território. Serão apresentados, ainda, os projetos arquitetônicos de engenharia voltados para a edificação de uma biblioteca quilombola, uma casa de cultura e um barracão comunitário, cujos projetos estruturantes foram construídos pelas equipes interdisciplinares da CRF-UFPA, além do estudo fundiário do quilombo. Será apresentado, ainda, o diagnóstico fundiário do território, além da abertura de uma ampla exposição fotográfica como um instrumento documental do processo metodológico inovador, inclusivo e sustentável desenvolvido no território. Os participantes realizarão visitas de reconhecimento ao quilombo e farão deslocamentos contemplativos pelas trilhas, além de interações participativas e sociais para conhecer os produtos turísticos e o artesanato local, assim como saborear a gastronomia ou conhecer os igarapés. O encerramento será marcado por um desfile de moda, cujas peças foram produzidas pelas equipes da comunidade, além da realização de uma ampla programação envolvendo as tradições culturais, que perpassam pelo histórico samba de cacete, a ladainha e o ganzá, manifestações plurais que marcam os rituais de africanidade no território, assim como as relações com os povos indígenas e os europeus. O Projeto de Pesquisa e Extensão foi construído em cima do tripé acadêmico de ensino, pesquisa e extensão e iniciou em 9 de dezembro de 2021 com um investimento de R$ 626.630,62 de recursos públicos. Nestes dois anos de trabalho de campo, as 15 capacitações realizadas mobilizaram nove educadores de instituições municipal, estadual e federal de ensino, além de membros da comunidade e do Projeto. Foram debatidos os efeitos nefastos da diáspora africana, os conteúdos sobre o pertencimento ao território, desenvolvimento e economia solidária e a formação em hospedagem familiar e economia circular. Foi realizado o levantamento cartográfico e elaborado uma cartografia social, além de debater planos de negócios, moda afrodescendente, roteiro turístico, marketing digital, tecnologia social e os múltiplos saberes gastronômicos do território, entre outros conteúdos estruturantes. Para André Montenegro, professor do ITEC-UFPA e coordenador de Pesquisa e Tecnologia do Projeto, a parceria gerou conhecimentos multiculturais e o empoderamento entre as equipes da UFPA e a comunidade. “É uma nova metodologia desenvolvida pela UFPA e pode ser repassada em outros quilombos, pois gerou o resgate da ancestralidade e construiu novas estruturas arquitetônicas com a participação social da comunidade, além de estimular o emprego, a renda e avançar a cidadania e a autonomia para as famílias do quilombo”, finaliza Montenegro. Texto: Kid Reis- Ascom CRF-UFPA- Fotos e artes: Arquivo CRF-UFPA

Videoconferência debate etapas de encerramento do Projeto de Inovação Territorial na Comunidade Quilombola do Igarapé Preto

A Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA) e as lideranças da Comunidade Quilombola do Igarapé Preto, em Oeiras do Pará, realizaram no ultimo dia 25 de outubro, por videoconferência, mais uma etapa de diálogo para sistematizar as informações e definir os responsáveis pela organização, encaminhamentos e a realização da Feira de Encerramento Projeto de Pesquisa e Extensão: Inovação Territorial para Jovens e Adultos da Comunidade Remanescente do Quilombo do Igarapé Preto. A atividade será realizada no território nos dias 10 e 11 de novembro com a participação de diversas autoridades governamentais, integrantes da sociedade civil e membros das comunidades. De acordo com Renato das Neves, professor e pesquisador do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará (ITEC-UFPA), o Projeto é uma parceria entre a CRF-UFPA, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Estado do Governo do Pará (Sectet-PA) e a comunidade quilombola, além de contar com o suporte operacional da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp). Durante a videoconferência foram debatidas as formações das equipes responsáveis pela decoração dos espaços disponibilizados para a organização das barracas para as degustações gastronômicas regionais e as exposições dos produtos artesanais, das riquezas culturais e de demonstração de lazer do território. Foram debatidas as rotas para visitas turísticas e de contemplação sobre a fauna e flora local. O coordenador informa que Igarapé Preto possui uma identidade afrodescendente forte e uma ampla cultura marcada pela resistência e a defesa de sua identidade e os enfrentamentos colocados pelas diásporas históricas. O quilombo está localizado na cidade de Oeiras do Pará, na Região do Baixo Tocantins, e faz fronteira com o município de Baião. O local é cortado pela Rodovia BR – 422 –Transcametá e disponibiliza uma pluralidade de igarapés com as suas águas escuras para o lazer da comunidade e dos turistas. A comunidade tem interações geográficas, ainda, com as cidades de Mocajuba, Cametá e Bagre, entre outras. Outro ponto abordado na videoconferência foi a apresentação dos produtos debatidos e construídos com base na integração dos saberes da comunidade e os conhecimentos das equipes de professores multidisciplinares da Universidade Federal do Pará e outras instituições parceiras. Entre estes produtos pactuados estão os desafios da construção de um projeto de um portal para marcar a entrada quilombo pela Rodovia BR – 422 e a elaboração de um conjunto de placas indicando os nomes das ruas para ordenar os deslocamentos no quilombo. A comunidade tem interações geográficas, ainda, com as cidades de Mocajuba, Cametá e Bagre, entre outras. Foram debatidos os projetos de engenharia de preservação da Casa de Cultura, Biblioteca e Barracão Comunitário. Os participantes dialogaram, também, sobre a apresentação do diagnóstico fundiário do território, assim como a demonstração da cartografia social, que possibilita a elaboração de mapas detalhados dos múltiplos setores de serviços, públicos e privados que formam a comunidade, além de aprofundar o conhecimento e o sentimento de pertencimento histórico dos participantes ao quilombo. Os participantes discutiram também a realização de um amplo desfile de moda afrodescendente desenvolvida pela comunidade local, que trabalhou as definições das estampas, coleções e a padronização das estamparias, além da confecção e do acabamento das peças. A proposta de encerramento do projeto será marcada por uma ampla programação cultural que está em consolidação e envolverá, também, as riquezas musicais da comunidade. Haverá uma exposição fotográfica como um documento histórico retratando as etapas do processo de construção da metodologia desenvolvida pela comunidade do Igarapé Preto. “Esta metodologia marca a primeira experiência e uma inovação da CRF-UFPA na atuação em projetos de pesquisa, ensino e extensão. A expertise histórica da Comissão estava voltada para a preservação do patrimônio público e a regularização fundiária, urbanística, ambiental, administrativa, jurídicas e sociais em terras públicas municipais, estaduais e federais”, diferencia Renato. O Projeto de Pesquisa e Extensão: Inovação Territorial para Jovens e Adultos de Igarapé Preto tem o objetivo de promover o desenvolvimento humano, social e formar uma rede de empreendedores para escoar a produção agroalimentar como um modelo de negócio inovador de base comunitária, além de fortalecer as práticas culturais, turísticas e de ocupação do solo no território quilombola, fortalecendo a geração de emprego e renda, resgate dos seus saberes e da ancestralidade e da cidadania no quilombo. “Assim, com o término da parceria, a comunidade poderá caminhar com as suas próprias pernas, avançar na gestão territorial e compartilhar conhecimentos com outros quilombos”, sugere Renato. A Comunidade Remanescente do Quilombo do Igarapé Preto está inserida em área coletiva juntamente com 11 comunidades, ou seja, Papelônia, Varzinha, Baixinha, Franca, Cupu, Araquembau, Carará, Costeiro, Teófilo e Igarapezinho, que possuem título de propriedade coletiva definitiva da terá cumprindo-se o artigo 68 das disposições transitórias da Constituição Federal de 88. A próxima reunião ocorrerá no dia 1 de novembro, quarta-feira, a partir das 18 horas, quando os participantes receberão o link de participação e haverá a lista completa dos responsáveis pela programação de encerramento da feira. Texto: Kid Reis – Ascom CRF-UFPA – Fotos: Arquivo Projeto Igarapé Preto.

Projeto de pesquisa constrói cinco planos de negócios para o Quilombo de Igarapé Preto

Com participação de 38 moradores, entre jovens e adultos da Comunidade Quilombola de Igarapé Preto, em Oeiras do Pará, a Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federa do Pará e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Estado do Pará (Sectet) encerraram na última sexta-feira, 22 de setembro, na Escola Municipal Zumbi dos Palmares, localizada no Km 76 da BR – 422, na Região do Baixo Tocantins, duas oficinas de capacitação que resultaram na construção de cinco planos de trabalhos para os segmentos da moda quilombola, gastronomia, hospedagem, rota turística e bem estar, que serão impulsionados pelo marketing digital nas plataformas digitais e com o uso das mídias sociais no território.As ações integram o Projeto de Pesquisa Inovação Territorial para Jovens e Adultos da Comunidade Remanescente do Quilombo do Igarapé Preto e contam com o suporte operacional da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp). As atividades foram ministradas pelos educadores Eduardo Gomes, professor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Pará (ICSA-UFPA) e Flávio Moura, integrante do Núcleo de Tecnologia da Informação do Projeto de Pesquisa e graduando em Engenharia da Computação da Universidade Federal do Pará. Eduardo Gomes, professor do ICSA-UFPA, destacou que os cinco planos de trabalhos foram construídos com a participação social de 11 mulheres e quatro homens e todos levaram em consideração a realidade de cada morador, o seu plano específico, o território, a dinâmica social e a forma de colocá-lo em execução – efffectuation – no mercado. Ele detalhou o plano de negócios que trabalhará uma coleção de moda afrodescendente, valorizando a identidade cultural, o pertencimento e construindo uma plataforma de resistência contra a discriminação racial para fortalecer a inclusão social. O plano gerará emprego e renda de forma empreendedora na comunidade, além de utilizar o marketing digital para a divulgação das peças.O professor explicou que foram debatidas várias fases de implantação do plano, ou seja, a escolha de um tecido, as suas cores, o estilo do corte para a costura das peças, as formas de vestimenta, a maquiagem, o penteado, o uso de brincos e dos calçados, além da engenharia econômica das viabilidades de receitas e despesas no mercado, por meio de um fluxo de caixa equilibrado, ou a formulação da figura jurídica do microempreendedor individual, onde todos realizam um trabalho colaborativo na divulgação de suas mercadorias pelas mídias sociais.Gomes disse, ainda, que o sucesso do plano reside no equilíbrio do monitoramento das etapas das despesas e receitas, assim como na gestão emocional de médio e longo prazo na execução do planejamento. “O controle do fluxo de caixa é determinante e possibilitará que a comunidade operacionalize, também, os planos de rota turística, gastronomia, hospedagem, entre outras formas de interações no território”, sinalizou feliz com o aproveitamento da oficina. Por sua vez, Flávio Moura, integrante do Núcleo de Tecnologia da Informação do Projeto e graduando em Engenharia da Computação da Universidade Federal do Pará, ministrou a oficina sobre o marketing digital e mídias sociais para 23 participantes, sendo 14 mulheres e nove homens. Foram debatidas as ferramentas tecnológicas que colocam em prática os planos de negócios, por meio da internet, e as suas relações econômicas com a realidade local, estadual, nacional e internacional. “Uma janela aberta de possibilidades para a execução de negócios por meio do e-commerce”, sintetiza.O relatório The Global Payments Report 2022 aponta que o e-commerce brasileiro terá um crescimento anual de 18% até 2025. Na pandemia houve um faturamento de 785% nos cinco primeiros meses de 2022, segundo um estudo da SmartHint, um site de busca. Foram debatidas, ainda, as plataformas Google Maps, Tripadvisor, WhatsApp e o Instagram, além dos desafios colocados pelo uso da inteligência artificial, via Chat GPT ou pelo Google Bard. Segundo futuro engenheiro, uma ferramenta debatida com sucesso foi a plataforma de design gráfico conhecida por Canva. “Ela permite aos usuários criar apresentações gráficas e outras peças visuais para a prática do marketing digital e a gestão dos negócios. Esta visibilidade permite um planejamento global sobre a produção, vendas, compras, controle de estoque, faturamento e o fortalecimento da geração de emprego e renda no quilombo. Este cenário estimula uma interação entre os mais jovens e os adultos na socialização do uso das tecnologias e na realização dos negócios. É a tecnologia com calor humano”, assinala.A Comunidade Remanescente do Quilombo do Igarapé Preto está inserida em área coletiva juntamente com 11 comunidades, ou seja, Papelônia, Varzinha, Baixinha, Franca, Cupu, Araquembau, Carará, Costeiro, Teófilo e Igarapezinho, que possuem título de propriedade coletiva definitiva da terra cumprindo-se o artigo 68 das disposições constitucionais transitórias da Constituição Federal de 88. Texto: Kid Reis – Ascom CRF-UFPA – Fotos: Sílvia Letícia.

Quilombo de Igarapé Preto elabora plano de negócios e debate marketing digital

A Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Estado do Pará (Sectet) e membros da Comunidade Quilombola do Igarapé Preto, em Oeiras do Pará, realizam de 19 até 22 de setembro, das 18 às 21:30 horas, na Escola Municipal Zumbi dos Palmares, localizada na BR – 422, S/N, duas oficinas de capacitação, sendo uma voltada para a construção de um “Plano de Negócios Modelo de Decisão Effectuation” e outra sobre Marketing Digital. As ações integram o Projeto de Pesquisa Inovação Territorial para Jovens e Adultos da Comunidade Remanescente do Quilombo do Igarapé Preto e contam com o suporte operacional da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp). As inscrições para as capacitações podem ser feitas por dois links: Plano de Negócios: https://forms.gle/nCyPzhk5XABQxVeY6; e Marketing Digital: https://forms.gle/r3V1HkXVHfLTrHtYA. Ou, presencialmente, com Hanna Letícia, bolsista e moradora da comunidade. As aulas serão ministradas presencialmente pelos educadores Eduardo Gomes, professor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Pará (ICSA-UFPA), e Flávio Moura, integrante do Núcleo de Tecnologia da Informação do Projeto de Pesquisa e graduando em Engenharia da Computação da Universidade Federal do Pará. Os conteúdos das capacitações reforçam o Projeto de Pesquisa e Extensão: Inovação Territorial na Comunidade Quilombola do Igarapé Preto que já realizou inúmeras oficinas para o desenvolvimento humano e social equitativo da comunidade. Já foram consolidados o levantamento de um perfil social, fundiário, econômico, cultural, ambiental e turístico do quilombo. “As novas oficinas compartilham conhecimentos sobre o empreendedorismo comunitário voltado à competitividade e à inovação com planos de negócios mediante a realidade territorial para fortalecer o desenvolvimento com o uso das tecnologias sociais”, explica Edivan Nascimento, integrante do Projeto e discente do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Pará (ICJ-UFPA). Para Flávio Moura, integrante do Núcleo de Tecnologia da Informação do Projeto e graduando em Engenharia da Computação da Universidade Federal do Pará, a primeira oficina realizada em agosto de 2022, nos permitiu fazer o exercício teórico da Engenharia da Computação e colocar em prática uma leitura social das múltiplas ferramentas tecnológicas que estruturam a ação do marketing digital para um território quilombola e as suas relações com a realidade amazônica e brasileira. Flávio enfatiza que todos produzem e semeiam conhecimentos pelos celulares nas palmas das mãos. “Esta democratização horizontal da informação permite uma forte divulgação da importância do turismo local para a geração de emprego e renda para as famílias. Isso cria um plano de negócio e uma economia circular com o uso de ferramentas digitais, aplicativos e o uso da inteligência artificial. Sabemos dos desafios e das desigualdades de acesso às tecnologias e às estruturas tecnológicas no Brasil, mas é um projeto de pesquisa onde a comunidade se mostra participativa e inovadora. Avançamos muito desde a primeira visita à comunidade em janeiro de 2020”, recorda. Por sua vez, Eduardo Gomes, professor do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Pará (ICSA-UFPA), abordará a criação de um plano de negócios a partir da teoria desenvolvida pela professora indiana Saras Sarasvathy, ganhadora do Prêmio Global de 2022 para a Pesquisa em Empreendedorismo. O Plano leva em consideração a realidade de cada morador, o seu plano específico, o território, a dinâmica social e a forma de colocá-lo em execução – efffectuation – no mercado. Gomes defenderá, numa linguagem popular, os cinco princípios sistematizados por Sara Sarasvathy para colocar o plano de negócio em andamento. Primeiro, o Pássaro não mão, ou seja, o que tenho para começar. Segundo, Perda acessível, é o que se tem para investir, sem fazer falta. Terceiro, Um Limão, uma Limonada, ou seja, trabalhar com o imprevisto e tirar proveito para uma nova ação de reorganização. Quarto, a Colcha de retalhos, ou seja, a criação de uma rede contatos local, regional, nacional e internacional. Quinta, a prática do Piloto de avião, ou seja, foco nos resultados e manter o controle do plano. “Construir um plano a partir da oferta e da demanda do que a comunidade pode oferecer e atender é um planejamento fundamental para o sucesso do modelo de decisão effectuation”, detalha o educador. Avanços – Renato das Neves, coordenador do Projeto de Pesquisa, enumera as evoluções ocorridas desde o início Projeto nos quesitos da hospedagem familiar, trilhas, alojamentos com novas tecnologias, fortalecimento da gastronomia local e as relações com os visitantes dos múltiplos balneários, entre outras. “Por um lado, a capacitação fortalece o ensino, a pesquisa e a extensão por meio da parceria entre as instituições públicas e a comunidade. O projeto valoriza a união e o desenvolvimento humano e social do quilombo com as consolidações do levantamento de um perfil social, fundiário, econômico, cultural, ambiental e turístico do território. Estes avanços são frutos do compartilhar de conhecimentos sobre o empreendedorismo comunitário voltado à competitividade e à inovação dos negócios mediante a realidade territorial para combater as desigualdades regionais, fortalecer o desenvolvimento e a cidadania local”, finaliza o coordenador. Texto: Kid Reis – Ascom CRF-UFPA – Fotos: Arquivo – CRF-UFPA

Desfile de moda afro encerra mais uma etapa de capacitação no Quilombo de Igarapé preto

Com a participação de 30 moradores da Comunidade Quilombola de Igarapé Preto, a Comissão de Regularização da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA), a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Pará (Sectet) e a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp) apresentaram na última sexta-feira, 18 de agosto, pela parte da noite, na Escola Municipal Zumbi dos Palmares, localizada no quilômetro 76, da BR-422, na cidade de Oeiras do Pará, as criações estilísticas desenvolvidas durante o curso de Moda Afro-brasileira, o vestir como resistência e combate à discriminação racial. O curso integra mais uma etapa do Projeto de Pesquisa “Inovação Territorial para Jovens e Adultos da Comunidade Remanescente do Quilombo do Igarapé Preto”, que promove o desenvolvimento humano e social equitativo da comunidade para integrar uma rede de empreendedores interessados em escoar a produção por meio de um modelo de negócios de hospitalidade de base comunitária e empreendedor. A capacitação foi realizada pela mestra em Comunicação, Linguagem e Cultura pela Universidade da Amazônia (Unama), Ysa Almeida Brasil, além da participação do engenheiro, pesquisador e coordenador do Projeto, Renato das Neves. Ela afirmou que as atividades iniciaram em 14 de agosto e foram debatidos os conceitos sobre moda e as suas relações com as cores, com a formação da identidade, o resgate da cultura e o pertencimento afrodescendente, além do intercâmbio de conhecimentos sobre cartela de cores, matéria prima, elaboração de esboços dos designs, criação da ficha técnica e a elaboração de um editorial. Ysa Almeida explicou que o termo editorial se traduz na produção fotográfica ou audiovisual para apresentar as roupas, acessórios e estilos no contexto criativo e artístico do quilombo. “Todo ser humano tem que estar consciente de sua identidade étnica e com uma atuação dinâmica ao seu favor dentro de um contexto histórico, geográfico e cultural. Estes pontos transmitem uma ampla de visão para identificar um território, comportamento, identidade, pertencimento e uma ampla diversidade das relações econômicas, sociais e culturais ao longo da história”, orientou Ysa Almeida. Para Renato das Neves a capacitação foi muito positiva e foi marcada por muita emoção e o resgate oral da história de Dona Mariazinha, uma mulher nascida no começo do Século XX que atuou como parteira e foi uma das fundadoras do quilombo. “Uma história emocionante para ser resgatada e escrita. E a memória oral reconstruindo a história do território. Além disso, os conceitos para trabalhar a moda no território envolveram as temáticas sobre sustentabilidade, samba, ganzá, raízes quilombolas e a agricultura familiar”, relatou o pesquisador. Durante a realização do desfile foram feitas, também, a apresentação das quatro coleções de peças criadas pelos participantes que reforçam o desenvolvimento de modelo de negócio inovador de base comunitária e o fortalecimento da cidadania e de pertencimento ao quilombo. “Neste contexto, a comunidade promoveu o desenvolvimento humano e social equitativo do quilombo, por meio das famílias que desenvolvem as suas práticas culturais agroalimentares e têm vocação para integrar uma rede de empreendedores interessados em escoar a produção de moda, a riqueza agroalimentar e a beleza turística do território para gerar emprego e renda para comunidade”, disse Renato. Para Delzanira Machado Ramalho, moradora da comunidade, trabalha como costureira no quilombo. “A participação no curso agregou mais conhecimentos e facilitou os meus empreendimentos de costura e de moda. Daqui para frente o meu trabalho possui um olhar diferenciado. Ampliei às minhas relações com a comunidade e agreguei mais valor sobre as potencialidades da moda. Daqui para frente a minha experiência é muito mais rica e vou ampliar o meu negócio”, assinalou. Por sua vez, Robert Balieiro Rodrigues é técnico de enfermagem, tem facilidade para desenho à mão livre e não teve acesso à capacitação em moda. “Eu tenho 25 anos e quero desenvolver o meu potencial para trabalhar com designs sobre o universo da moda e envolver a realidade da comunidade. É uma experiência muito rica e inclusiva”, disse com sorriso no rosto. Já a professora Maria Katiussa Pereira frisou que a visão dela mudou totalmente. “Antes do curso, eu entendia que a moda era máquina, tecido e desfile. Depois da oficina fiquei deslumbrada. A moda depende de pesquisa, conhecer a história, compreensão do uso das cores, os modelos de tecidos e um olhar sobre relações econômicas e sociais no mercado e o potencial de criação da comunidade. Esse aprendizado e foi maravilhoso”, assinalou. DADOS – Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2022) revelam que o Brasil tem 1,3 milhões de quilombolas em 1.696 municípios. A comunidade de Igarapé Preto é composta por 380 famílias e possui uma população estimada em 1.520 moradores. O Instituto revelou que os 30% dos brasileiros que se autodenominam quilombolas estão localizados na Amazônia Legal. “Estes dados são fundamentais para formular políticas públicas voltadas para resgatar o pertencimento afrodescendente e desconstruir a visão eurocêntrica. A maioria dos quilombolas da Amazônia Legal está nos estados do Maranhão e do Pará”, assinalou a vice-coordenadora Kelly Alvino. Kelly informa que as próximas capacitações no quilombo serão voltadas para o Marketing Digital, que é o uso de plataformas digitais para criar oportunidades de negócios e gerar renda no território. “No encerramento do Projeto de Pesquisa do Quilombo do Igarapé Preto, que ocorrerá em novembro próximo, será apresentado, também, um plano de negócio para ser colocado em prática pela comunidade para que ela caminhe com a sua própria autonomia, além da realização de uma ampla feira cultural com os trabalhos da comunidade”, assevera. Texto: Kid Reis – Ascom CRF-UFPA – Fotos: Renato das Neves

Debate sobre moda resgata identidade e criará coleção no Quilombo do Igarapé Preto

Com a participação de aproximadamente 30 inscritos, sendo um público feminino e jovem, o Projeto de Pesquisa “Inovação Territorial para Jovens e Adultos da Comunidade Remanescente do Quilombo do Igarapé Preto”, em Oeiras do Pará, iniciou ontem, 14 de agosto, mais um ciclo de capacitação para jovens e adultos do território sobre a Moda Afro-brasileira, o vestir como resistência e combate à discriminação racial. A capacitação ocorre na Escola Municipal Zumbi dos Palmares, localizada na BR-422. O Brasil tem 1,3 milhões de quilombolas em 1.696 municípios, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As atividades terminarão dia 18 de agosto e marcam mais uma etapa da parceria firmada entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Pará (Sectet), a Comissão de Regularização da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA) e as famílias quilombolas, além do suporte operacional da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp). O objetivo do Projeto de Pesquisa é promover o desenvolvimento humano e social equitativo da comunidade quilombola, por meio das famílias que desenvolvem as suas práticas culturais agroalimentares e têm vocação para integrar uma rede de empreendedores interessados em escoar a produção agroalimentar como um modelo de negócio inovador, de base comunitária. O diálogo com as famílias do território iniciaram antes da pandemia de Covid 19 e já foram realizadas diversas qualificações sempre respeitando os saberes locais para formar empreendedores, fortalecer desenvolvimento sustentável e reduzir índices de conflitos socioambientais. “As capacitações compartilham conhecimentos sobre o empreendedorismo comunitário voltado à competitividade e à inovação dos negócios mediante a realidade cultural e territorial”, relata Renato das Neves, Coordenador do Projeto. Por sua vez, a mestra em Comunicação, Linguagem e Cultura pela Universidade da Amazônia (Unama), Ysa Almeida Brasil, ministrante do curso explica que, após uma apresentação dos participantes, foram debatidos os conceitos sobre moda e as suas relações com as cores, com a formação da identidade, o resgate da cultura e o pertencimento afrodescendente. “Todo ser humano tem que estar consciente de sua identidade étnica e com uma atuação dinâmica ao seu favor dentro de um contexto histórico, geográfico e cultural”, detalhou. Ysa afirmou, ainda, que este intercâmbio cultural trabalha o fortalecimento e a autonomia dos participantes para se envolverem de maneira criativa e profissional no segmento da moda para além das fronteiras do território do quilombo. “O produção e os projetos resultante da moda identificam um tempo histórico, um lugar, um comportamento, uma identidade e o pertencimento, ou seja, a moda é um meio de comunicação, um estilo de vida, expressão pessoal e um reservatório de significados históricos. Estamos construindo uma coleção a partir da criatividade dos participantes”, sinalizou a educadora. O Projeto de Pesquisa se fundamenta no tripé acadêmico de ensino, pesquisa e extensão. “No momento em que o mundo olha para o Brasil e o Estado do Pará, em função da realização da COP-30, a capacitação sobre moda afro-brasileira promove o desenvolvimento humano e social equitativo da comunidade, por meio das famílias do território que desenvolvem as suas práticas culturais agroalimentares para autonomia e a cidadania no território”, informa Kelly Alvino, integrante da CRF-UFPA. Ela afirma que este cenário fortalece a identidade étnica como elemento de reafirmação, de pertencimento e de combate à discriminação e à violência racial brasileira. “Soma-se a esta construção de conhecimentos e o resgate da afrodescendência quilombola, a luta da juventude, comemorada no último dia 12 de agosto, assim como a realização da 7ª Edição da Marcha das Margaridas, que ocorre entre 15 e 16 de agosto, em Brasília, envolvendo trabalhadoras rurais, quilombolas, ribeirinhas, sem terra, extrativistas, moradoras de centros urbanos e a comunidade LGBTQIA+. Este conjunto de conhecimentos multiculturais gera empoderamento entre as equipes da UFPA e a comunidade quilombola, além de promover melhorias na qualidade de vida e participação social no território”, reflete Kelly. As próximas capacitações do Projeto de Pesquisa Inovação Territorial para Jovens e Adultos da Comunidade Remanescente do Quilombo do Igarapé Preto serão voltadas para o Marketing Digital e a Construção de um plano de negócio para ser colocado em prática pela comunidade para que ela caminhe com a sua própria autonomia, além da realização de uma feira de encerramento do Projeto no Quilombo em novembro próximo. Texto: Kid Reis – Ascom CRF-UFPA – Fotos: Renato das Neves e Arquivo Canva.

Quilombo do Igarapé Preto debate moda afro brasileira como resistência e combate à discriminação racial

O Projeto de Pesquisa: Inovação Territorial para Jovens e Adultos da Comunidade Remanescente do Quilombo do Igarapé Preto, em Oeiras do Pará, realiza entre 14 a 18 de agosto, das 18  às 22 horas, na Escola Municipal Zumbi dos Palmares, localizada na BR- 422, na Região do Baixo Tocantins, mais um ciclo de capacitação para jovens e adultos do território sobre a Moda Afro-brasileira, o vestir como resistência e combate à discriminação racial. A iniciativa marca a continuidade do Projeto que é uma parceria firmada entre a Comissão de Regularização da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA), a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Pará (Sectet) e as famílias quilombolas, além do suporte operacional da Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp). Para Ysa Almeida Brasil, mestre em Comunicação, Linguagem e Cultura pela Universidade da Amazônia (Unama) e especialista em Língua Portuguesa e Literatura em Sala e Aula, responsável pela capacitação no quilombo, o objetivo deste novo ciclo “é fornecer aos participantes um conhecimento sobre os fundamentos da moda, desde o design até a produção, preparando-os para atuar de forma criativa e profissional no quilombo e no mercado”, detalha. Os conteúdos da capacitação, segundo ela, estão estruturados em cinco encontros de quatro horas de aula por dia, onde serão debatidas as temáticas sobre os Fundamentos do Design de Moda; Expressão Criativa e Design; Processo de Criação e Produção; Noções de Editorial e apresentação do material produzido pelos participantes e a vinculação com as mídias sociais. “Quando somamos a teoria e a prática para fazer a moda afro-brasileira, agregamos valor, conhecimento e autonomia para os participantes do território”, assinala Ysa. O Projeto de Pesquisa se fundamenta no tripé acadêmico de ensino, pesquisa e extensão. “No momento em que o Brasil e o Estado do Pará realizam os Diálogos Amazônicos para debater as potencialidades latino-americanas rumo à realização da COP-30, o foco da capacitação sobre moda afro-brasileira promove o desenvolvimento humano e social equitativo da comunidade, por meio das famílias do território que desenvolvem as suas práticas culturais agroalimentares”, informa Kelly Alvino, integrante da CRF-UFPA. Para ela, a comunidade o Igarapé Preto têm a vocação para integrar uma rede de empreendedores interessados em escoar a produção local como um modelo de negócio inovador de base comunitária. “Este cenário fortalece identidade étnica como elemento de reafirmação, pertencimento e de combate à discriminação e a violência racial brasileira”, reflete Kelly, que participou dos Diálogos com os gestores do Projeto e o vice-reitor e reitor da Universidade Federal do Pará, Gilmar Pereira e Emmanuel Tourinho, respectivamente. Por sua vez, Renato das Neves, engenheiro pesquisador e Coordenador do Projeto, debater a moda afrodescendente com os jovens e adultos é colocar em prática uma metodologia e uma ação educacional que estimula a comunidade a combater o racismo estrutural impregnado de violência na sociedade brasileira.  Os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD C), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que em 2020, 11.939 homens negros foram mortos com armas de fogo nas regiões metropolitanas e capitais brasileira. Já 2.558 homens não negros foram assassinados no mesmo período, compara o pesquisador. Já os dados da Anistia Internacional mostram o crescimento da violência contra a mulher. “Quatro mulheres foram mortas por dia no Brasil no primeiro semestre de 2022. Foram 699 feminicídios só até a metade do ano. Um aumento de mais de 3% em relação ao mesmo período de 2021. E quase 11% a mais do que no primeiro semestre de 2019”, assevera Renato. O IBGE divulgou recentemente Censo Quilombola 2022, revelando um retrato do país desconhecido. “Um Brasil com 1.327.802 de quilombolas, sendo que apenas 4,3% desse total vivem em territórios titulados, além das marcas profundas deixadas pelas diásporas. A Amazônia também é negra: mais de 30% das e dos quilombolas residem em municípios da Amazônia Legal”, assevera Renato. Neste contexto, o pesquisador assinala que debater a temática  sobre a moda afro-brasileira é mais uma ferramenta que se soma às capacitações realizadas no quilombo sobre levantamento da cartografia social, turismo comunitário, formação em hospedagem familiar e as estratégias de abordagens de produtos turísticos, além da importância da prática economia circular, da força das mídias digitais e da formação das rotas e guias turísticos, entre outras áreas estruturantes para a sustentabilidade da comunidade. Renato ressalta, ainda, que é fundamental desconstruir a visão europeia do mundo e resgatar a ancestralidade da cultura e da moda africana como instrumentos de resistência na luta contra o racismo estrutural. “Buscamos, junto com a comunidade, fortalecer a identidade étnica como elemento de reafirmação e pertencimento ao território, assim como  a consolidação de uma base de economia solidária. Nas próximas capacitações abordaremos os temas Marketing  Digital e a Construção de um plano de negócio para ser implementado pela comunidade para que ela caminhe com a sua própria autonomia, além da realização de uma feira de encerramento do Projeto no Quilombo”, antecipa o pesquisador. Texto: Kid Reis – Ascom CRF-UFPA – Fotos: Arquivo CRF-UFPA

Quilombo de Igarapé Preto constrói novas etapas do Projeto Inovação Territorial para Jovens e Adultos

Realizar as capacitações comunitárias sobre os temas relacionados à moda afrodescendente, os múltiplossaberes gastronômicos do território, marketing digital e consolidar um roteiro para a realização de uma ampla feira de encerramento do Projeto Inovação Territorial para Jovens e Adultos do Igarapé Preto com a apresentação de todos os produtos para garantir à autonomia da comunidade para caminhar com as próprias pernas e com os conhecimentos sobre os seus direitos, deveres, resgate e preservação da identidade e do território. Estes são os próximos passos do Projeto que serão implementados no território, por meio da parceria entre a Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA), a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Estado do Pará (Sectet) e a Comunidade Quilombola do Igarapé Preto, situada na BR-422, S/N, emOeiras do Pará. De acordo Kelly Alvino, vice-coordenadora da parceria, estas novas etapas foram sistematizadas em reunião realizada na última quinta-feira, 27 de abril na sala da Coordenadoria de Patrimônio Imóvel (CPI), que ligada à Diretoria de Almoxarifado e Patrimônio (DAP-UFPA) e uma unidade administrativa subordinada à Pró-Reitoria de Administração da Universidade Federal do Pará (Proad-UFPA). “O objetivo do Projeto é o de promover o desenvolvimento humano e social equitativo da comunidade quilombola, por meio das famílias que desenvolvem as suas práticas culturais, ambientais, turísticas, musicais e agroalimentares e têm a vocação para integrar uma rede de empreendedores interessados em escoar a produção agroalimentar como um modelo de negócio inovador de base comunitária, além de promover o resgate da cultura e da identidade afrodescendente no território”, afirma Kelly. A professora Milene Castro, da Faculdade de Turismo da Universidade Federal do Pará (Factur), que debateu as boas práticas alimentares com 13 inscritos no curso, entre 17 a 20 de abril, abordou as definições sobre o que são as Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA), destacando, por exemplo, os coliformes fecais, salmonella, escherichia coli e rotavírus, um dos causadores de diarréia grave para crianças, entre outras. Ela debateu as boas práticas alimentares, os riscos de contaminação e como deve ser o local de trabalho. Os participantes foram alertados sobre os cuidados que devem ser tomados com a água, a manipulação de alimentos e a lavagem correta das mãos, entre outras orientações normativas para garantir um hábito alimentar saudável nas múltiplas relações comerciais e familiares na comunidade. Milene informou que não conhecia o Quilombo do Igarapé Preto. “Fui pesquisar sobre o território e percebi a organização quando estive na capacitação em campo. Os participantes trazem conhecimentos e práticas históricas com a manipulação de alimentos. Debatemos as novas normas e notas técnicas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), principalmente depois da pandemia da Covid 19”. A professora explica poucos tiveram contatos com as normas da Agência. Isso gerou um debate produtivo sobre o uso de máscaras, luvas e lavagens das mãos, além dos vários riscos de contágios dos alimentos quando estão em manipulação. “Foi um aprendizado rico. Eles trabalham com o empreendedorismo ligado com a culinária local e tradicional e com elementos de alimentação de rua, tais como pastel, hambúrguer, pizza e churrasco”, relatou. Milene disse, ainda, que todos eles buscam a capacitação para alcançar o certificado de manipulação de alimentos para atender bem aos visitantes, além de gerar emprego, renda, estimular o turismo local e entregar um serviço de qualidade nas relações econômicas locais, refletiu. Neste ponto ficou claro, segundo ela, que a atratividade do turismo cultural, onde a gastronomia e o hábito alimentar local estão inseridos e ajudam a preservar a memória alimentar e histórica, por meio do consumo de biscoito de castanha, o licor, farinha e outras vertentes da culinária repassada pelos avós e pelos pais, inclusive nas festas populares e religiosas. “Assim se produz uma salvaguarda do patrimônio gastronômico afrodescendente a ser compartilhado com os turistas pelo potencial local, assim como no Estado do Pará”, afirma a professora. Além disso, ela diz ter ficado feliz em perceber o fortalecimento da hospedagem familiar, o guiamento turístico, a produção dos alimentos voltada para os empreendedores locais, as trilhas ecológicas e o debate sobre o uso das mídias sociais no território. “A comunidade tem um potencial de turismo de experiência e gastronômico muito grande. A gastronomia é o terceiro maior setor econômico e o que mais impulsiona viagens pelo mundo”, assevera Milene. Por sua vez, Renato das Neves, coordenador do Projeto, ressalta a superação dos desafios e o aprendizado desta nova experiência de ensino, pesquisa e extensão, iniciada antes da pandemia da Covid-19, envolvendo os núcleos de inclusão produtiva e desenvolvimento local, infraestrutura e qualidade de vida e tecnologia e informação. “Buscamos, em parceria com a comunidade, despertar os jovens e adultos para identificar e desenvolver cenários propícios para negócios relacionados aos produtos locais e regionais e formar empreendedores no território. Estamos construindo melhorias na infraestrutura física para adequação dos espaços de uso coletivo visando favorecer o empreendedorismo, o turismo comunitário e o resgate da ancestralidade e os saberes locais. É uma experiência rica e que pode ser adaptada em outros quilombos do Pará e do Brasil”, projeta.

Quilombo de Igarapé Preto debate estudo ambientale boas práticas alimentares na comunidade

A Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA) e aSecretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Estado doPará (Sectet) realizam entre 17 a 20 de abril mais uma etapa intercâmbio de conhecimentospara debater as boas práticas alimentares e realizar um estudo ambiental do território daComunidade Quilombola do Igarapé Preto, localizada em Oeiras do Pará. As atividadesmarcam a continuidade do Projeto Inovação Territorial para Jovens e Adultos do Igarapé Pretoe serão realizadas na Escola Municipal Zumbi dos Palmares, situada na BR-422, S/N, na Vila doIgarapé Preto. Os saberes serão compartilhados pelas professoras Milena Castro e MarilenaLoureiro. Para Kelly Alvino, vice-coordenadora da parceria com a Sectet, o objetivo do Projeto é o depromover o desenvolvimento humano e social equitativo da comunidade quilombola, pormeio das famílias que desenvolvem as suas praticas culturais agroalimentares e têm a vocaçãopara integrar uma rede de empreendedores interessados em escoar a produção agroalimentarcomo um modelo de negócio inovador de base comunitária.A professora Milena Castro, da Faculdade de Turismo da Universidade Federal do Pará,abordará as definições sobre o que são Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA); quais sãoas boas práticas alimentares; os riscos de contaminação; quais são os micróbios que só podemser vista por microscópio; como deve ser o local de trabalho; os cuidados que devem sertomado com a água; a manipulação de alimentos e a lavagem correta das mãos, entre outrasorientações normativas para garantir um hábito saudável. “Vamos resgatar a memória e aculinária afrodescendente com a participação da comunidade”, antecipa. Já professoraMarilena Loureiro, Pós-Doutora em Educação Ambiental e Justiça Climática e com doutoradoem Desenvolvimento Sustentável no Trópico Úmido pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos(NAEA), realizará estudo ambiental do território. SOCIAL – Por sua vez, Maria do Carmo Silva, assistente social e mestre em PlanejamentoUrbano e Regional pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará(Naea/UFPA), fez um relato sobre o levantamento dos estudos sociais, culturais e entrevistasrealizados dias 28 a 31 de março na comunidade. Os dados integrarão as informaçõescoletadas pelo Projeto junto ao quilombo sobre o perfil econômico, cultural, fundiário,ambiental e turístico do território na região do Baixo Tocantins.A assistente social esclareceu que o diálogo foi produtivo, mas exigiu uma flexibilidade paraconstruir uma comunicação mais efetiva no território. “Este cenário é compreensível e precisaser amadurecido, mas estamos avançando. Foram realizadas 29 entrevistas com moradores emoradoras da comunidade, sendo 65% mulheres e 35% homens. 10 moradores tinham entre26 e 40 anos e outros dez entre 41 e 60 anos. Oito tinham de 15 a 25 anos. Entre 41 e 80 anos,somente um entrevistado”, disse. Sobre a escolaridade local, os dados são positivos. Dos 29entrevistados, segundo ela, três possuem pós-graduação, oito possuem ensino superiorcompleto, três com curso superior em andamento, cinco cursando ensino médio, um comensino médio incompleto e um com o curso concluído. Dois possuem ensino fundamentalincompleto e dois completos, sintetizou Maria do Carmo.A assistente social destacou, ainda, que as capacitações realizadas pelo Projeto promoverammelhorias na organização e nas ofertas de serviços, tais como: a entrega de cartão de visitaspara os frequentadores, apresentação de cardápio, melhor organização para atender o públiconos empreendimentos e uma visão de planejamento voltada para o turismo, assim como asmelhorias nas cadeiras e mesas com forros decorativos e uso completo de talheres.Ficou evidente, também, para Maria do Carmo, “uma defesa maior do meio ambiente e anecessidade de resgatar as manifestações culturais, tais como as ladainhas, as relações com asbenzedeiras, as quadrilha na roça, a “tiração” do ano novo com os cantos de Santos Reis, alémlevar o samba do cacete e o uso do ganzá para os balneários”, assinalou a assistente social.Embora ainda exijam mais estudos, as pesquisas indicam que ganzá é um instrumento híbridoafro-indígena utilizado pelos índios fugidos dos aldeamentos e pelos quilombolas daescravização dos senhores de terras. “O samba do cacete e o ganzá devem ser levados para asescolas e os espaços de sociabilidade, como é a escolinha de futebol como resgaste social,cultural da memória e da identidade afrodescendente. A oralidade tem uma função social deresgate para evitar o apagamento da memória e da história”, observou Maria do Carmo. Por sua vez, Renato das Neves, coordenador da parceria com o Governo do Estado do Pará, que acompanhou a assistente social, destacou outros avanços percebidos na comunidadecomo os resgates dos laços de identidade afrodescendente, a valorização do atendimento nosespaços gastronômicos e a futura instalação de placas com os nomes das ruas do quilombopara favorecer os deslocamentos no território. “Fiquei feliz em perceber que a comunidadedebateu e decidiu modificar o nome da Rua Princesa Izabel para Zumbi dos Palmares,mostrando um resgate da identidade histórica de uma grande liderança quilombola. Outroponto positivo foi a continuidade do diálogo com a Prefeitura de Oeiras e com vereador parareplicar a capacitação do Projeto Inovação Territorial para Jovens e Adultos juntos aosservidores públicos e a comunidade em Oeiras do Pará”, comemorou. FEIRA – O engenheiro enfatiza, também, que foi composta uma comissão formada pormoradores do Quilombo de Igarapé Preto para organizar a feira de culminância do Projeto aser comemorada durante a Semana da Consciência Negra celebrada no dia 20 de novembro. Adata que foi instituída pela Lei Federal 12.519/2011 relembrando à morte do líder quilombolaZumbi dos Palmares (1655-1695) como mais uma oportunidade para debater a diásporaafricana no Brasil, bem como para refletir sobre medidas e ações propositivas em defesa daplena cidadania do povo negro. A feira envolverá a comunidade, as mulheresempreendedoras, educadores sociais, gestores do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro ePequenas Empresas (SEBRAE) e das secretarias estaduais de Ciência, Tecnologia e EducaçãoSuperior, Profissional e Tecnológica e de Turismo do Estado do Pará, além de representantesda UFPA, entre outros.A feira, segundo ele, promoverá o intercâmbio de conhecimentos e saberes entre asinstituições federal e estadual e a comunidade e os seus visitantes “Será um momento dacoroação de uma metodologia de pesquisa de campo construída no quilombo do IgarapéPreto, onde as famílias desenvolvem as suas práticas culturais agroalimentares e têm avocação para integrar uma rede de empreendedores interessados em escoar a produçãoagroalimentar local como um modelo de negócio inovador de base comunitária, fortalecendoa

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