Estudos sobre a realidade social, ambiental e hídrica marcam novas etapas do Projeto Inovação Territorial no Quilombo do Igarapé Preto

A Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA) e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Estado do Pará (Sectet) realizam entre 29 a 31 de março mais uma visita técnica à Comunidade Quilombola do Igarapé Preto para dar continuidade ao Projeto Inovação Territorial para Jovens e Adultos deste território. O objetivo da visita é realizar entrevistas individuais com um grupo seleto de moradores e moradoras de vários segmentos sociais e culturais da comunidade para aprofundar o conhecimento e o sentimento de pertencimento histórico dos participantes ao quilombo, além dar continuidade aos estudos sobre a realidade socioambiental local.  As atividades ocorrerão a partir de amanhã,  29 de março, quinta-feira, 9 horas, em residências de várias famílias e outras ações podem ocorrer na Escola Municipal Zumbi dos Palmares, localizada na BR 422, S/N, na Vila do Igarapé Preto, ou na sede da Associação dos Remanescentes de Quilombo do Igarapé Preto e Baixinha. As equipes retornam para a capital paraense no dia 31 de março. Para Maria do Carmo Silva, assistente social e mestre em Planejamento Urbano e Regional pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea) da Universidade Federal do Pará (UFPA), responsável pelo levantamento dos estudos sociais e culturais, os dados deste grupo seleto integrarão as informações já coletadas pelo Projeto junto à comunidade sobre o perfil econômico, cultural, fundiário, ambiental e turístico do território na região do Baixo Tocantins. Estas informações, segundo ela, coletadas pela oralidade presencial serão integradas aos dados que estão em sistematização pelas equipes interdisciplinares da CRF-UFPA. “Posteriormente, este estudo social participativo que faremos nesta viagem, será apresentado para a validação da comunidade onde ela poderá resgatar a sua memória histórica afrodescendente ou perceber como enxerga a sua identidade social e cultural no quilombo atualmente”, sinaliza. Por sua vez, Renato das Neves, professor e pesquisador do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará (ITEC-UFPA) e coordenador da parceria com o Governo do Estado do Pará, informa que os estudos sobre a qualidade da água serão realizados pelas equipes do Projeto e do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (ICB-UFPA), numa próxima visita, uma vez que este recurso natural é determinante para a saúde do ser humano, para o preparo de alimentos, higiene e limpeza, além do lazer nos igarapés do quilombo. O pesquisador detalha que a Portaria nº 888, de 4 de maio de 2021, do Ministério da Saúde, estabelece um conjunto de procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para o consumo humano e o seu padrão de potabilidade. “A qualidade da água, de uma forma sintética, dever ser incolor, sem sabor e sem cheiro, além de estar livre de materiais tóxicos e micro-organismos, como bactérias que são prejudiciais à saúde”, alerta. Os dados da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) relatam que são cinco os tipos de sais (bicarbonato, carbonato, citrato, cloreto ou sulfato) que podem ser adicionados nas águas engarrafadas, sendo que cada um deles podem ser de quatro diferentes tipos de minerais: cálcio, magnésio, potássio e sódio, entre outros. “A água deve conter sais minerais em quantidade necessária à nossa saúde, uma vez que o corpo humano é composto, em média, por 70% de água”, acentua Renato. Durante as atividades no território serão debatidas, ainda, segundo Kelly Alvino, vice-coordenadora do Projeto, as duas últimas capacitações voltadas para as temáticas relacionadas à moda e à gastronomia, assim como iniciará o planejamento da realização de uma feira de produtos envolvendo a comunidade, as mulheres empreendedoras, educadores sociais, gestores do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e das secretarias estaduais de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica e de Turismo do Estado do Pará, além de representantes da UFPA, entre outros. Esta culminância, segundo ela, promove o intercâmbio de conhecimentos e saberes entre as instituições federal e estadual e a comunidade. Além disso, avança mais uma etapa do Projeto Inovação Territorial e fortalece o desenvolvimento humano e social equitativo da comunidade e consolida uma metodologia de campo que pode ser aplicada em outras comunidades quilombolas.  “Estas famílias desenvolvem as suas práticas culturais agroalimentares e têm a vocação para integrar uma rede de empreendedores interessados em escoar a produção agroalimentar local como um modelo de negócio inovador de base comunitária, fortalecendo a geração de emprego e renda, resgate dos seus saberes e da ancestralidade e da cidadania”, finaliza. Texto: Kid Reis- Ascom CRF-UFPA Fotos: Arquivo CRF-UFPA e Lucas Nascimento

Projeto Inovação Territorial para Jovens e Adultos revela avanços estruturantes no Quilombo do Igarapé Preto

Avaliar a experiência da capacitação em hospedagem familiar, a formação de guias, a construção de roteiros turísticos e planejar as próximas visitas técnicas visando dar continuidade ao Projeto Inovação Territorial para Jovens e Adultos da Comunidade Quilombola do Igarapé Preto no começo do mês de março. Estes pilares deram sustentabilidade aos debates realizados pela Coordenação Geral do Projeto, juntamente com professores, bolsistas e demais colaboradores, no dia 10 de fevereiro, sexta-feira, a partir das 14 horas, na sala da Comissão de Regularização Fundiária da Universidade (CRF-UFPA), localizada no Campus Belém, na capital paraense. As capacitações temáticas ocorrem entre 23 e 27 de janeiro na Escola Zumbi do Palmares, no Quilombo do Igarapé Preto, em Oeiras do Pará. Renato das Neves, professor e pesquisador do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará (ITEC-UFPA) e coordenador do Projeto deu boas vindas aos participantes reafirmando que a parceria promove o desenvolvimento humano e social equitativo da comunidade, por meio das famílias que desenvolvem as suas práticas culturais agroalimentares e têm vocação para integrar uma rede de empreendedores interessados em escoar a produção agroalimentar como um modelo de negócio inovador de base comunitária. O Projeto é uma parceria entre a CRF-UFPA, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Estado do Pará (Sectet) e a comunidade quilombola do Igarapé Preto. “A cada avaliação da equipe é evidente um grande de intercâmbio de conhecimentos com a comunidade”, avaliou Renato. Durante a reunião, a professora Ágila Rodrigues, doutoranda em Desenvolvimento Socioambiental e Mestra em Planejamento do Desenvolvimento pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (PPGDSTU), do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará, falou sobre os conceitos estruturantes da Formação em Hospedagem Familiar no território, que permitem uma experiência diferenciada entre o turista, a comunidade e seus valores locais, uma vez que o quilombo planeja e está construindo ou já possui equipamentos para atender os turistas. Balneário local Casa da farinha O quilombo tem balneários, trilhas para caminhadas sustentáveis, pousadas, uma rica gastronomia realizada nas residências e as manifestações culturais, como, por exemplo, o samba do cacete. “Esta manifestação reforça a memória e a resistência da comunidade e os seus valores afrodescendentes. Além disso, eu destaco a importância da realização de uma visita à roça de mandioca e à casa de farinha para reforçar o turismo de experiência, ou seja, valorizar uma ação que incentiva a geração de emprego e renda, além de integrar o turista com a realidade local, o uso da terra e os sentidos e as vivências comunitárias”, avaliou. Segundo Ágila foi debatida, também, a criação de um Pesque e Pague ou Pesque e Solte, a importância da segurança da hospedagem familiar, a construção de parcerias com o Rallye do Sol e “ o pensar na estruturação de uma Cooperativa de Turismo de Base Comunitária para garantir a legalidade jurídica para o microempreendedor individual local visando mais acesso às garantias constitucionais”, incentivou. Por sua vez, o professor Bernardino Silva Junior, mestre em Arquitetura e Urbanismo pelo Programa de Pós-Graduação em Urbanismo do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará (PPGAU/ITEC/UFPA) e Bacharel em Turismo pelo Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Pará (ICSA – UFPA), falou sobre as Estratégias de abordagens de produtos turísticos e conduta profissional no universo de um território quilombola. “É importante ter um olhar amplo, social e profissional sobre as interelações existentes com as comunidades ribeirinhas, indígenas, periurbanas e quilombolas”, alertou. Em sua avaliação, o professor destacou a participação positiva da comunidade com a construção de vários roteiros turísticos para acolher os visitantes, além de constatar e propor um planejamento visual do território destacando as sinalizações das ruas, igarapés, trilhas, casas de hospedagem, casas de pizza, hamburgueria, casa de farinha e outros atrativos turísticos e gastronômicos. “Estes avanços fortalecem o papel dos guias e condutores locais. O turismo comunitário está respaldado no Plano Nacional do Turismo, conforme previsto no artigo 6 da Lei 11771, de 2008”, refletiu o educador. Roteiro turístico feito pela comunidade Bernardino ponderou a necessidade de construir um ponto de equilíbrio com a comunidade para evitar a colocação de cercas nos igarapés e liberar o curso de água para o exercício de canoagem e até para servir um café da manhã nas estruturas balneárias edificadas ao longo do igarapé, que é constituído por um braço de rio ou um canal que percorre no meio da mata no território. “Destaco, também, o uso das mídias digitais pela comunidade que divulga as suas criações, em especial sobre a moda, pelo Instagram, assim como é necessário compatibilizar os múltiplos calendários de eventos e evitar uma sobreposição de atividades no quilombo. A capacitação e a participação comunitária foram proveitosas”, elogiou. Por sua vez, Tales Rocha, futuro engenheiro civil, e integrante do Projeto Inovação Territorial para Jovens e Adultos da Comunidade Quilombola do Igarapé Preto, realizou um balanço sobre a evolução dos trabalhos envolvendo os projetos arquitetônicos da Casa de Cultura, Barracão Comunitário e o espaço conhecido como Sede do Navega Pará. “Os projetos estão avançados e estamos fazendo uma coleta de preços dos materiais para compor os custos para apresentar no edital para a comunidade. O espaço do Navega Pará será estruturado para contemplar uma biblioteca, uma sala de leitura, brinquedoteca, lan-house e uma área para exposições de quadros ou escultoras”, informou. Curso da água no igarapé sem cerca Já Marcos Cesar Serrufo detalhou, por sua vez, que estes três projetos arquitetônicos são fundamentais para melhorias na infraestrutura física na comunidade, assim como instrumentos estratégicos para avançar a prática e o intercâmbio de conhecimentos para resgatar os saberes tradicionais da comunidade. “Neste contexto, é determinante destacar o trabalho da equipe de Tecnologia e Informação que criou site https://pitquilomboigarapepreto.com.br. Em março próximo reforçaremos a importância das mídias digitais como ferramentas para o desenvolvimento local”, projetou Serrufo. A Coordenação Geral do Projeto deliberou, ainda, que no começo de março haverá visitas técnicas para debater as futuras ações no território e a realização de uma feira

Juventude de Igarapé Preto constrói roteiros turísticos e debate conduta profissional

“O Projeto de Pesquisa e Extensão Inovação Territorial para Jovens e Adultos Remanescentes do Quilombo do Igarapé Preto é uma ferramenta de fortalecimento e promoção do território, além de implementar  serviços e produtos dentro da comunidade para o seu desenvolvimento social, econômico, gastronômico, turístico e cultural. Igarapé Preto tem potencial para excelentes roteiros turísticos e uma equipe de guias e condutores para colocar em prática o turismo comunitário sustentável”. A avaliação é de Bernardino Silva Junior,  Mestre em Arquitetura e Urbanismo pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará (PPGAU/ITEC/UFPA) e professor  de Turismo no Instituto Federal do Pará (IFPA),  ao ministrar, na última semana de janeiro, o curso de Formação em Estratégias de abordagens de Produtos Turísticos e Conduta Profissional, que contou com a presença de  11 inscritos em sua maioria do gênero feminino e um público majoritariamente de jovens. A capacitação foi realizada na Escola Zumbi do Palmares, localizada na BR 422, S/N, das 18:30 às 21:30 horas, e fortalece o Projeto de Pesquisa, que é uma parceria entre a Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA), a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Estado do Pará (Sectet) e a Comunidade Quilombola do Igarapé Preto, além do suporte operacional da Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp). Durante a formação, o professor falou sobre as estratégias e condutas profissionais a serem colocadas em prática com os visitantes no território, assim como debateu a construção de roteiros turísticos para o território, que é marcado por múltiplos igarapés, uma gastronomia plural, uma riqueza musical histórica, trilhas para ecoturismo e um acolhimento comunitário que busca, além de disponibilizar  os serviços, promover o resgate da identidade e a história e a cultura afro-brasileira. “Este olhar e a construção de várias propostas são passos para fortalecer o turismo comunitário, que está respaldado no Plano Nacional do Turismo, conforme previsto no artigo 6 da Lei. 11771 de 2008”, assevera o professor. Para ele o profissional, além de informar e conduzir o visitante para os atrativos locais, é o mediador das relações humanas no quilombo e o agente responsável pela valorização da cultura, respeitador da identidade local, preservador do meio ambiente, fortalecedor da geração de emprego e renda e construtor da cidadania no território, reafirmou. Bernardino Silva Junior  reconhece que não conhecia o Quilombo do Igarapé Preto e mesmo tendo a oportunidade de trabalhar com diversas comunidades em situação de vulnerabilidade, “a experiência neste território foi uma das mais gratificantes, pois a acolhida e a dedicação de todos foi admirável durante o processo de formação. A comunidade sugeriu o aprimoramento do processo de divulgação com mais antecedência para impulsionar uma maior participação da comunidade, sem descartar a importância do diálogo corpo à corpo na comunidade”, ponderou.O professor agradeceu a oportunidade de fazer parte da equipe de formadores do Projeto de Pesquisa e Extensão Inovação Territorial para Jovens e Adultos Remanescentes do Quilombo do Igarapé Preto. “Espero que as novas formações cheguem ao quilombo. O território tem um potencial turístico formidável que pode ser aprimorado e consolidado gradativamente para receber bem o visitante, gerar emprego e renda e promover o desenvolvimento da cadeia do turismo sustentável e empreendedor comunitário na região”, finalizou.Texto: Kid Reis – Fotos: Bernardino Silva Junior.

Quilombo do Igarapé Preto lança site

Desde o dia 26 de janeiro de 2023 está na rede mundial de computadores o site da Comunidade Quilombola do Igarapé Preto, localizada em Oeiras do Pará, no Estado Pará.  Para conhecer a experiência do Projeto “Inovação Territorial para Jovens e Adultos da Comunidade Quilombola do Igarapé Preto”, basta clicar no link https://pitquilomboigarapepreto.com.br. O Projeto é alicerçado no tripé de ensino, pesquisa e extensão e é fruto de uma parceria entre a Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA), a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior Profissional e Tecnológica do Estado do Pará (Sectec) e a Comunidade Quilombola do Igarapé Preto. O site foi desenvolvido pelas equipes interdisciplinares do Projeto que atuam em três núcleos: Inclusão Produtiva e Desenvolvimento Local, Infraestrutura e Qualidade de Vida e o  de Tecnologia e Informação. Este núcleo trabalhou na construção do instrumento de inclusão digital e de democratização horizontal das informações sobre a comunidade para a sociedade. A ferramenta foi apresentada por Wagner da Silva Alves, discente do curso da Faculdade Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Metropolitano da Amazônia (Unifamaz). Para o futuro arquiteto e urbanista, o projeto desenvolve competências nos jovens e adultos por meio de oficinas de aprendizagem social e cursos de capacitação e de gestão, além de estimular a troca de conhecimentos e saberes locais, contribuindo com a inclusão social das famílias que desenvolvem as suas práticas culturais e agroalimentares no território, assinalou Wagner. Segundo ele, com esta participação social entre a comunidade e as equipes interdisciplinares do Projeto, o site promove uma visibilidade inovadora para o empreendedorismo de negócios relacionados às práticas culturais agroalimentares e de hospitalidade, apoiando as iniciativas de fabricação artesanais e comercializáveis do território quilombola para a geração de emprego renda na comunidade, finalizou. Texto: Kid Reis – Foto: Bernardino Silva Junior.

Hospedagem familiar ganha impulso em Igarapé Preto

Formação em hospedagem familiar fortalece Projeto  de Inovação Territorial no Quilombo do Igarapé Preto. “A comunidade do Quilombo do Igarapé Preto é bastante interativa e interessada na educação empreendedora para desenvolver a hospedagem familiar no território. Possuem uma agenda de eventos e ações durante quase todo o ano, o que faz com que a atividade turística tenha grande potencial, tanto quanto em atrativos naturais, culturais, gastronômicas e afrodescendentes no território quilombola”.  A avaliação é da professora Ágila Rodrigues, doutoranda em Desenvolvimento Socioambiental e Mestra em Planejamento do Desenvolvimento pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (PPGDSTU), do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará, que administrou, entre 23 e 27 de janeiro, o curso de Formação em Hospedagem Familiar para 13 inscritos com idade entre 18 e 60 anos, sendo a maioria de mulheres. Eles planejam ou possuem seus meios de hospedagem local para os turistas. A ação, segundo a professora, integra o Projeto Inovação Territorial para Jovens e Adultos da Comunidade Quilombola do Igarapé Preto e é uma parceria entre a Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA), a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Estado do Pará (Sectet) e a comunidade quilombola do Igarapé Preto, além de envolver uma equipe de  professores e pesquisadores que trabalham com a transversalidade educacional. O objetivo do Projeto é o de promover o desenvolvimento humano e social equitativo da comunidade, por meio das famílias que desenvolvem as suas práticas culturais agroalimentares e têm a vocação para integrar uma rede de empreendedores interessados em escoar a produção agroalimentar como um modelo de negócio inovador de base comunitária. Durante a formação,  Ágila informa que os participantes  debateram a importância da formação e da hospedagem familiar, que são diferentes e mais complexas do que a hospedagem de hotelaria convencional, pois exigem as noções básicas para a condução dos visitantes no quilombo, conhecer o bem o perfil do anfitrião, ter uma infraestrutura necessária de recepção ao visitante, cuidar da arrumação do quartos, limpeza, sanitários entre outras áreas, além dos serviços e preços a serem disponibilizados aos usuários. Ágila explica que saber administrar estes cenários, ou seja, a diferença entre os ambientes da hospedagem familiar e da hospedagem convencional são passos estratégicos e profissionais para receber bem o visitante e promover o desenvolvimento da cadeia do turismo sustentável e comunitário no quilombo. “O principal encaminhamento é compreender as relações entre a teoria e prática para a montagem do meio de hospedagem familiar, quando o turista interage com os membros familiares”, alertou. Além dos aspectos teóricos da formação,  foram  realizadas visitas de campo em três imóveis dos alunos, sendo que um já funciona como pousada com quatro apartamentos integrados com cozinha e sala em fase do acabamento.  “É o ambiente mais próximo da Escola Zumbi do Palmares e da Associação dos Remanescentes do Quilombo do Igarapé Preto e Baixinha (Arquib), portanto estratégico para pesquisadores e professores que atuam na comunidade. Nesta pousada o proprietário planeja aquisição de um barco para fazer passeios turísticos no território” sinalizou a melhoria. Os outros dois imóveis estão com o projeto de construção de hospedagem em andamento,  inclusive,  com obras já iniciadas. Foram sugeridos investimentos em atividades de lazer como tanques para pescaria, estilo “pesque-pague”, e oficinas de percussão, além da construção de dois barracões, sendo um para hospedaria e outro para o centro cultural e mais três quiosques para a pescaria. Segundo Ágila Rodrigues, avaliação da comunidade sobre os conteúdos do treinamento foi bastante positiva. Todos analisaram as diferentes formas de hospitalidade, seja a doméstica,  a  social e a comercial, além dos seus efeitos propositivos no território e as suas relações de competitividade local. “A hospitalidade comercial foi considerada uma excelente alternativa para o desenvolvimento financeiro familiar e econômico para a comunidade, além de impulsionar ações empreendedoras e de geração de emprego e renda num modelo de negócio inovador que  fortalece a construção da cidadania numa  base comunitária”, finaliza. Texto: Kid Reis – Ascom CRF-UFPA – Fotos: Ágila Rodrigues

Capacitação sobre hospedagem familiar e construção de rotas turísticas fortalecem intercâmbio de conhecimentos no Quilombo do Igarapé Preto

Terminou nesta sexta-feira, 25 de novembro, na Escola Zumbi do Palmares da Comunidade Quilombola do Igarapé Preto, em Oeiras do Pará, mais uma etapa da capacitação de jovens e adultos do quilombo sobre as temáticas Hospedagem familiar: o processo de reservas, recepção e serviços extras e a Elaboração e Execução de Rotas Turísticas dentro do Projeto de Pesquisa e Extensão: Inovação Territorial para Jovens e Adultos de Igarapé Preto. A atividade foi realizada entre 21 a 25 de novembro, das 18 às 22 horas, na Escola Zumbi do Palmares, e representou mais um passo da parceria entre a Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA), a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Pará (Sectet) e a Comunidade Quilombola do Território do Igarapé Preto. O quilombo possui aproximadamente 380 famílias e uma população estimada em 1.520 moradores. Pablo Viana Pereira, que é doutorando no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (NAEA/UFPA), foi responsável pela temática Hospedagem familiar: o processo de reservas, recepção e serviços extras. A capacitação, segundo ele, promoveu o intercâmbio de conhecimentos para os jovens e adultos da comunidade quilombola, a partir da realidade local, acerca da importância da hospedagem familiar no contexto do Turismo de Base Comunitária (TBC). “Esta modalidade de serviço está ligada ao ato de receber e proporcionar uma hospitalidade ao turista que vai conhecer o quilombo, os seus costumes, hábitos alimentares e a história afrodescendentes dos moradores”, explicou. Já as temáticas Elaboração e Execução de Rotas Turísticas foram ministradas pelo professor Renan Nascimento, que é especialista em Gestão Ambiental pelo Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará (NUMA/UFPA) e ligado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA). “Foi uma troca produtiva de informações entre os jovens e adultos do quilombo na Escola Zumbi dos Palmares, pois vivenciamos um intercâmbio teórico e prático sobre a elaboração e execução das rotas turísticas no contexto do Turismo de Base Comunitária no território quilombola”, assinalou. Renan explica que o quilombo está inserido em uma área coletiva e envolve 11 comunidades que possuem título de propriedade coletiva definitiva da terra, conforme disposto no artigo 68 das disposições transitórias da Constituição Federal de 1988. “A capacitação fortaleceu o protagonista da comunidade local, os seus conhecimentos tradicionais sobre sustentabilidade, seja ela nos campos sociocultural, econômico, ambiental e histórico. É uma imersão no universo quilombola que produz uma ampla troca de conhecimentos e aprendizados, além de fortalecer a preservação, a valorização dos saberes e o resgate dos valores afrodescendentes”, esclareceu o educador. Por sua vez, Renato das Neves, pesquisador do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará (ITEC-UFPA) e coordenador do Projeto de Pesquisa e Extensão Inovação Territorial avalia de forma positiva e engrandecedora a evolução da experiência piloto da CRF-UFPA e da Sectet em abraçar o primeiro Projeto de Pesquisa e Extensão: Inovação Territorial para Jovens e Adultos de Igarapé Preto num contexto voltado para uma comunidade quilombola. “É um enriquecimento no universo do ensino, da pesquisa e da extensão para todos os participantes, inclusive para os professores, para a Universidade e comunidade local”, relata. O coordenador do Projeto de Pesquisa e Extensão Inovação Territorial acentua, ainda, que um rico aprendizado coletivo entre educadores e comunidade está sendo sistematizado e resultará na realização de uma grande feira de conhecimentos para inspirar outros projetos. Para ele, a Comunidade Quilombola do Igarapé Preto assumiu o protagonismo da construção desta metodologia junto com a CRF-UFPA e a Sectet, além de formar uma rede de empreendedores para escoar as suas produções agroalimentares e turísticas locais por meio de um modelo de negócios de hospitalidade de base comunitária. “Este avanço organizacional gera emprego e renda para o desenvolvimento local e a construção da cidadania no espaço urbano quilombola, além de abrir as portas do conhecimento para as crianças que participam das atividades no território. Um exemplo metodológico de empoderamento e de resgate histórico da africanidade para serem adaptados e compartilhados em outros territórios quilombolas da região amazônica”, vislumbra o engenheiro. Fotos: Edivan Nascimento, Pablo Viana, Renato das Neves, Renan Nogueira e Brenda Nogueira.

Comunidade quilombola do Igarapé Preto e gestores de projeto de pesquisa constroem roteiro de capacitação até dezembro

Investir na formação profissional para capacitar guias locais para trabalhar com rota turística, hospedaria familiar, gastronomia, moda quilombola e gestão empreendedora de negócios criativos na Comunidade Quilombola do Igarapé Preto, localizada em Oeiras do Pará. Estes cinco temas projetam, de outubro até dezembro, um cronograma de atividades do Núcleo de Capacitação Projeto de Pesquisa e Extensão: Inovação Territorial para Jovens e Adultos da Comunidade Remanescente de Quilombo do Igarapé Preto. As capacitações serão realizadas na sede da Escola Zumbi do Palmares, localizada na BR-422, com a participação de uma equipe multidisciplinar de educadores do Instituto Federal do Pará (IFPA), da Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará (EETFPA) e da Universidade Federal do Pará (UFPA). As atividades iniciam nesta segunda-feira, 24 de outubro, sempre no período noturno. O Núcleo de Capacitação integra o Projeto de Pesquisa e Extensão Inovação Territorial da Comunidade Quilombola de Igarapé Preto para Jovens e Adultos e faz parte da parceria entre a Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA) e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Estado do Pará (Sectet), além de estar alicerçada no tripé acadêmico de ensino, pesquisa e extensão. O foco é promover o desenvolvimento humano e social equitativo da comunidade quilombola, por meio das famílias que desenvolvem as suas práticas culturais agroalimentares e têm a vocação para integrar uma rede de empreendedores interessados em escoar a produção local como um modelo de negócio inovador de base comunitária. Para o professor Eduardo Gomes, do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Pará (ICSA-UFPA), integrante do Projeto de Pesquisa, os conteúdos da formação em guias locais da rota turística do Igarapé Preto serão ministrados em 80 horas aula pelas equipes de educadores Ágila Rodrigues, Jamily Souza, Bernardino Silva e Renan Nogueira, ligados ao Instituto Federal do Pará (IFPA) que atuam no eixo de Turismo Hospitalidade e Lazer. Serão ministrados, segundo Gomes, os módulos Fundamentos do turismo, da hospitalidade e panorama do turismo regional, entre 24 a 28 de outubro; Educação ambiental e primeiros socorros, entre 7 a 11 de novembro; Estratégias de abordagem, tipos de produtos turísticos e conduta profissional, entre 14 a 18 de novembro, e a Elaboração e execução de rotas turísticas no período de 21 a 25 de novembro próximo. Já em relação à formação em hospedaria familiar, que terá 60 horas aula, os três módulos envolvem os fundamentos da hospitalidade no turismo de base comunitária: histórico, princípios e perfil do anfitrião; Tecnologias da Informação e da comunicação na hospedagem familiar: o processo de reservas, recepção e serviços extras e a Governança na hospedagem familiar: infraestrutura básica, o processo de limpeza e arrumação, segurança e riscos. O intercâmbio de conhecimentos ocorrerá entre 7 e 25 de novembro e serão ministrados pelas educadoras Anaryê Rocha e Ágila Rodrigues, do IFPA, e Pablo Vianna, da EETFPA. Por outro lado, Eduardo Gomes alerta, ainda, que a Coordenação do Projeto de Pesquisa e Extensão está consolidando com a educadora Grazi Ribeiro, da EETFPA, uma estruturação dos horários, até dezembro, para desenvolver as capacitações sobre as Boas Práticas de Manipulação de Alimentos; Gastronomia e Identidade Cultural: criação de pratos e livro de receitas. Será abordada, também, a Produção Artesanal de Doces: criação de compotas, biscoitos, geleias, licores e livro de receitas. Entram nesta estruturação as temáticas sobre a Formação em Moda Quilombola com o foco para Moda, Pertencimento e Decolonialidade e a Criação de Coleções, Identidades e Sustentabilidade. Para Renato das Neves, coordenador do Projeto e engenheiro pesquisador do Instituto de Tecnologia da UFPA (ITEC-UFPA), o cronograma de atividade sinaliza novas etapas que fortalecem a parceria entre as instituições públicas e a comunidade na medida em que se desenvolvem novos estudos e diagnósticos para ampliar a autonomia da comunidade. “A partir do respeito aos saberes locais, dialogamos para formar empreendedores, fortalecer desenvolvimento sustentável e reduzir índices de conflitos socioambientais na comunidade. As atividades de capacitação promovem um olhar mais detalhado para que as famílias assumam a gestão das relações no território para gerar emprego e renda, além de potencializar os saberes e as práticas tradicionais históricas no quilombo. Esta autonomia é um sinal positivo de resistência étnica que promove o resgate da ancestralidade, a defesa da qualidade de vida e a autonomia do quilombo de Igarapé-Preto. Estamos avançando com o respaldo da comunidade”, avalia Renato. O Quilombo do Igarapé Preto está localizado na região do Baixo Tocantins, no município de Oeiras do Pará, na fronteira com o município de Baião, sendo cortado pela rodovia BR – 422 – Transcametá – e por uma estrada vicinal conhecida como Ramal da Incobal. A comunidade do Igarapé Preto leva esse nome em função das águas de cor escurecidas da cabeceira do rio que corta o território. O quilombo está inserido em uma área coletiva juntamente com outras onze comunidades (Pampelônia, Varzinha, Baixinha, França, Cupu, Araquembau, Carará, Costeiro, Teófilo e Igarapezinho) que possuem título de propriedade coletiva definitiva da terra cumprindo-se o disposto no artigo 68 das disposições constitucionais transitórias da Constituição Federal de 1988. Texto: Kid Reis – Ascom CRF-UFPA – Fotos: Kid Reis e Renato das Neves.

CRF-UFPA e Comunidade Quilombola do Igarapé Preto debatem economia circular e negócios criativos

Gestores da Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Estado do Pará (Sectet) e lideranças da Comunidade Quilombola de Igarapé Preto, realizam entre 9 e 13 de agosto, das 18 às 22 horas, na Escola Municipal Zumbi dos Palmares, localizada na BR-422, em Oeiras do Pará, a Oficina a Economia Circular e Negócios Criativos Comunitários. A ação tem como objetivo sensibilizar os participantes sobre a importância da circularidade dos recursos naturais para a criação de negócios da comunidade, tendo a identidade cultural e o pertencimento como elementos-chave para a comercialização e promoção de trabalho e rendas. A comunidade está localizada na Região do Baixo Tocantins e possui cerca de 380 famílias e uma população aproximada de 1.520 moradores, conforme as primeiras informações sistematizadas pelas equipes da cartografia social do território. A oficina será ministrada pelo professor Eduardo Lima dos Santos Gomes, do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Pará (ICSA-UFPA), que integra o Projeto de Pesquisa e Extensão: Inovação Territorial para Jovens e Adultos de Igarapé Preto, por meio do Núcleo de Inclusão Produtiva do Projeto de Pesquisa e Extensão. Durante a oficina, os participantes discutirão temas tais como Relação Harmoniosa Sociedade e Natureza, Economia Circular e o Desenvolvimento Sustentável e Negócios Circulares, Criativos e Comunitários. Eduardo detalha que a economia linear é um modelo de organização caracterizado pela extração crescente de recursos naturais, produção de bens e descarte dos rejeitos na natureza. A economia circular tem como oportunidade criativa e empreendedora a iniciativa de trabalhar a reciclagem, a reutilização sustentável de materiais descartáveis e resignar caminhos do processo produtivo diante da crise civilizatória entre a sociedade e a natureza. A economia circular promove o desenvolvimento sustentável, aprimora as relações harmoniosas da sociedade e a natureza com o futuro comum, promovendo renda e trabalho a partir da circularidade da economia. “A partir da realidade local, a comunidade vai elaborar e apresentar projetos de Negócios Circulares, Criativos e Comunitários”, esclarece o professor. Os projetos elaborados pelos participantes devem apresentar ideias criativas, circulares e comunitárias focadas no desenvolvimento sustentável da comunidade que apontem uma ação principal, o público-alvo, um indicador de resultado e perspectiva de mudança da realidade comunitária. A construção do conhecimento local dar-se-á por meio das atividades que expressem a liberdade de pensamento acerca da necessidade de compreender que a partir da circularidade do que se produz e descarta na natureza é possível empreender com criatividade e fazer negócios que tenha a “pegada da comunidade com pertencimento e identidade cultural”, assinala Gomes. Neste sentido, acrescenta o professor, a responsabilidade afetiva, por meio da participação e da descoberta, permeará o saber fazer coletivo na comunidade. “Com isso, entende-se que o ensino participativo promove uma relação produtiva e interativa, bem como uma interação dinâmica entre os participantes, que assumem o papel predominantemente de fios condutores do conhecimento construído, além de formular e encaminhar os projetos e as propostas de negócios circulares, criativos e comunitários com autonomia no território”, orienta Gomes. Para Eduardo Gomes, o objetivo do Projeto de Pesquisa e Extensão: Inovação Territorial na Comunidade Quilombola de Igarapé Preto é o de promover o desenvolvimento humano, social e formar uma rede de empreendedores locais para escoar a produção agroalimentar como um modelo de negócio inovador de base comunitária, além de fortalecer as práticas culturais, ambientais, turísticas e de ocupação do uso do solo no território. É fundamental repensar o modelo de desenvolvimento de consumo e de uso das matérias primas extraídas da natureza na sociedade globalizada, assim como é determinante valorizar, preservar e reciclar e ressignificar os processos produtivos que garantam os benefícios para as presentes e futuras gerações, finaliza o professor. Texto e foto: Kid Reis – Ascom CRF-UFPA – Arte: Eduardo Gomes

CRF-UFPA e comunidade do Igarapé Preto sistematizam cartografia social do quilombo

Equipes interdisciplinares da Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará e lideranças das Comunidades Quilombola do Igarapé Preto, localizado em Oeiras do Pará, iniciaram hoje, 1 de agosto, a sistematização dos dados e imagens coletados entre 14 e 17 de julho para elaborar a cartografia social do território. Para fazer o levantamento da base cartográfica do território, que fica a 344 km de Belém pela PA-151, foram utilizadas tecnologias sociais do RTK e de drone. A comunidade está localizada na Região do Baixo Tocantins e faz fronteira com o município de Baião, sendo cortada pela Rodovia BR 422, Transcametá. O Projeto de Pesquisa e Extensão: Inovação Territorial para Jovens e Adultos de Igarapé Preto é uma parceria entre a CRF-UFPA, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Pará (Sectet) e a comunidade do Igarapé Preto, que conta com aproximadamente 380 famílias e uma população estimada em 1.520 moradores, tendo por base um núcleo familiar de quatro filhos. A ação promove o desenvolvimento humano, social e forma uma rede de empreendedores para escoar a produção agroalimentar como um modelo de negócio inovador de base comunitária, além de fortalecer as práticas culturais, turísticas e de ocupação do solo no território. Durante os quatro dias de trabalho de campo, as equipes da CRF-UFPA e os membros da comunidade realizaram o reconhecimento de campo, coletaram os pontos de controle para realizar o voo e fizeram o aerolevantamento planialtimétrico que possibilitará a sistematização dos dados das imagens para verificar o uso e a ocupação do solo, além do registro fotográfico para consolidar a cartografia social. Para Daniel Mesquita, engenheiro sanitarista do Projeto, responsável pelo levantamento planialtimétrico do quilombo, com as imagens serão referendados os limites territoriais, as localizações das escolas, posto de saúde, igrejas, comércios, lojas, moradias e as áreas de lazer, trilhas e espaços para as festividades culturais. O sanitarista afirma que a parceria avança para consolidar o perfil social, dominial, fundiário, econômico, cultural, ambiental e turístico do quilombo. “Com as imagens do RTK e do drone estamos elaborando uma ortofoto, ou seja, uma fotografia aérea corrigida geometricamente de modo que a escala territorial seja uniforme e nos permita a elaboração de um mapa de uso e da ocupação do solo do quilombo. Estes documentos serão apresentados, debatidos e aprovados, posteriormente, pela comunidade”, assevera Daniel, que contou com a participação de Lucas Nascimento, engenheiro civil do Projeto, e Emerson de Freitas Vieira, liderança da comunidade quilombola. Para Lucas Nascimento, engenheiro civil do Projeto, o levantamento planialtimétrico do Quilombo culminou com a consolidação da Oficina Pertencimento, Desenvolvimento Comunitário e Economia Solidária, ministrada pela professora Madalena Freire, do Campus Universitário do Tocantins-Cametá, que estimulou a troca de conhecimento sobre o significado de pertencimento como forma de fortalecimento dos costumes e tradições locais. “Os dados estão sendo sistematizados e serão fundamentais para consolidar um perfil da cartografia social da comunidade, os seus aspectos fundiário, econômico, cultural, gastronômico e turístico do quilombo. No período foi realizada a II Feira de Mulheres Empreendedoras do Quilombo, organizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)”, recorda Lucas. Por sua vez Renato das Neves, coordenador do Projeto, acrescenta, ainda, que a oficina, com a participação da comunidade, está consolidando um painel de produtos e serviços que representem a identidade étnica como elemento de reafirmação e pertencimento à comunidade, além de agregar esforços e recursos para a produção, beneficiamento, crédito, comercialização, consumo e geração de emprego e renda no território. “Iniciamos um diagnóstico sanitário de moradias, que poderão ser modelos para hospedagem turísticas, além de compartilhar um cronograma de atividades para o segundo semestre, que envolve oficinas de capacitação com diversas temáticas, visitas técnicas e a realização de uma feira cultural sobre o empreendedorismo com a mensuração de resultados dos trabalhos do projeto no final de 2022”, antecipa Renato. Texto: Kid Reis – Ascom CRF-UFPA – Fotos: Renato das Neves.

Comunidade do Igarapé Preto resgata ancestralidade e constrói propostas para o desenvolvimento do quilombo

Realizar a II Feira de Mulheres Empreendedoras do Quilombo do Igarapé Preto, organizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), e consolidar um painel de produtos e serviços inovadores que representem a identidade étnica como elemento de reafirmação e pertencimento para gerar emprego e renda para a comunidade de Igarapé Preto em Oeiras do Pará. Estas duas atividades marcam a reta final da Oficina Pertencimento, Desenvolvimento Comunitário e Economia Solidária na Comunidade Quilombola de Igarapé Preto, iniciada no dia 10 e que terminará neste domingo, 17 de julho. De acordo com Renato das Neves, professor e coordenador do Projeto de Pesquisa e Extensão: Inovação Territorial na Comunidade Quilombola de Igarapé Preto, a II Feira de Mulheres Empreendedoras será aberta hoje, dia 15 de julho, sexta-feira, pela parte da noite, e ocorrerá sede da Associação dos Remanescentes do Quilombo de Igarapé Preto à Baixinha (Arqib). Neste dia haverá exposição e desfiles dos trabalhos das empreendedoras da comunidade. No dia 16 de julho ocorrerão vendas de produtos e apresentações de grupos culturais do território, em especial o samba do cacete, além da integração com técnicos do SEBRAE-Pará. Em relação à Oficina Pertencimento, Desenvolvimento Comunitário e Economia Solidária na Comunidade Quilombola de Igarapé, realizada desde o dia 11 de julho na Escola Municipal Zumbi dos Palmares, localizada na BR-422, Renato destaca o trabalho participativo realizado pela professora Madalena Freire, do Campus Universitário do Tocantins-Cametá, que estimulou a troca de conhecimento sobre o significado de pertencimento a uma comunidade quilombola, como forma de fortalecimento dos costumes e tradições locais. “Destaco as ações que fomentaram a autonomia coletiva para que a comunidade desenvolvesse habilidades e competências empreendedoras para a identificação e novos produtos e serviços com representatividade da identidade étnica e como elemento de reafirmação e pertencimento à comunidade. Um estímulo à autogestão coletiva com base nas experiências de economia solidária”, disse Renato. Outro momento de forte de emoção na Oficina foi o da confecção da Boneca Abayomi, que se tornou um símbolo de resistência e de resgate da ancestralidade africana e impulsionou o fortalecimento da unidade da comunidade em defesa dos seus direitos constitucionais e do território. “Vale destacar, ainda, o trabalho das equipes interdisciplinares do projeto que realizaram o aerolevantamento da área utilizando as tecnologias de RTK e do drone, que resultará num estudo fundiário e numa cartografia social com a participação da comunidade local”, assevera Renato. A apresentação do vídeo Experiência de Roteiro e Circuito Quilombola deu suporte metodológico e estratégico para a construção de um painel de negócios inovadores com a identificação de produtos e serviços que tenham como representatividade a identidade étnica como elemento de reafirmação e pertencimento à comunidade. Segundo Edivan Nascimento, integrante do Projeto de Pesquisa e Extensão, foi feito um levantamento de propostas das potencialidades turísticas, ambientais, culturais e agroalimentares do território, que servirão de base para a geração de emprego e renda para o desenvolvimento local. Edivan acrescenta, ainda, que no trabalho coletivo realizado na Escola Zumbi dos Palmares, a comunidade está identificando as atividades culturais por meses do ano. “É um trabalho de resgate da identidade e das atividades socioculturais e das tradições religiosas praticadas pelos seus antepassados. É um resgate da memória histórica e afetiva do quilombo. Estes dados estão sendo sistematizados e serão compartilhadas posteriormente com os participantes, assim como durante a oficina cada morador trazia uma comida típica e tradicional para ser socializada”, informa Edivan Nascimento, integrante do Projeto de Pesquisa e Extensão. O Projeto de Pesquisa e Extensão: Inovação Territorial na Comunidade Quilombola de Igarapé Preto é fruto de uma parceria entre a Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA) e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Estado do Pará (Sectet) e a comunidade do Igarapé Preto, que está localizada na cidade de Oeiras do Pará, na Região do Baixo Tocantins, e faz fronteira com o município de Baião, sendo cortada pela Rodovia BR – 422 -Transcametá. Texto: Kid Reis – Ascom CRF-UFPA Fotos: Kid Reis, Edivan Nascimento e Renato das Neves.

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