Juventude de Igarapé Preto constrói roteiros turísticos e debate conduta profissional

Kid Reis

Writer & Blogger

“O Projeto de Pesquisa e Extensão Inovação Territorial para Jovens e Adultos Remanescentes do Quilombo do Igarapé Preto é uma ferramenta de fortalecimento e promoção do território, além de implementar  serviços e produtos dentro da comunidade para o seu desenvolvimento social, econômico, gastronômico, turístico e cultural. Igarapé Preto tem potencial para excelentes roteiros turísticos e uma equipe de guias e condutores para colocar em prática o turismo comunitário sustentável”. A avaliação é de Bernardino Silva Junior,  Mestre em Arquitetura e Urbanismo pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará (PPGAU/ITEC/UFPA) e professor  de Turismo no Instituto Federal do Pará (IFPA),  ao ministrar, na última semana de janeiro, o curso de Formação em Estratégias de abordagens de Produtos Turísticos e Conduta Profissional, que contou com a presença de  11 inscritos em sua maioria do gênero feminino e um público majoritariamente de jovens.

A capacitação foi realizada na Escola Zumbi do Palmares, localizada na BR 422, S/N, das 18:30 às 21:30 horas, e fortalece o Projeto de Pesquisa, que é uma parceria entre a Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA), a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Estado do Pará (Sectet) e a Comunidade Quilombola do Igarapé Preto, além do suporte operacional da Fundação Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp).

Durante a formação, o professor falou sobre as estratégias e condutas profissionais a serem colocadas em prática com os visitantes no território, assim como debateu a construção de roteiros turísticos para o território, que é marcado por múltiplos igarapés, uma gastronomia plural, uma riqueza musical histórica, trilhas para ecoturismo e um acolhimento comunitário que busca, além de disponibilizar  os serviços, promover o resgate da identidade e a história e a cultura afro-brasileira. “Este olhar e a construção de várias propostas são passos para fortalecer o turismo comunitário, que está respaldado no Plano Nacional do Turismo, conforme previsto no artigo 6 da Lei. 11771 de 2008”, assevera o professor.

Para ele o profissional, além de informar e conduzir o visitante para os atrativos locais, é o mediador das relações humanas no quilombo e o agente responsável pela valorização da cultura, respeitador da identidade local, preservador do meio ambiente, fortalecedor da geração de emprego e renda e construtor da cidadania no território, reafirmou.

Bernardino Silva Junior  reconhece que não conhecia o Quilombo do Igarapé Preto e mesmo tendo a oportunidade de trabalhar com diversas comunidades em situação de vulnerabilidade, “a experiência neste território foi uma das mais gratificantes, pois a acolhida e a dedicação de todos foi admirável durante o processo de formação. A comunidade sugeriu o aprimoramento do processo de divulgação com mais antecedência para impulsionar uma maior participação da comunidade, sem descartar a importância do diálogo corpo à corpo na comunidade”, ponderou.O professor agradeceu a oportunidade de fazer parte da equipe de formadores do Projeto de Pesquisa e Extensão Inovação Territorial para Jovens e Adultos Remanescentes do Quilombo do Igarapé Preto. “Espero que as novas formações cheguem ao quilombo. O território tem um potencial turístico formidável que pode ser aprimorado e consolidado gradativamente para receber bem o visitante, gerar emprego e renda e promover o desenvolvimento da cadeia do turismo sustentável e empreendedor comunitário na região”, finalizou.
Texto: Kid Reis – Fotos: Bernardino Silva Junior.

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